31/12/2016

Os Frutos do Espírito Santo

Os Frutos do Espírito Santo


“Quem permanece em mim, e eu nele, produz muito fruto, pois sem mim, nada podeis fazer”.



A vida moral dos cristãos é sustentada pelos dons do Espírito Santo. Quando estamos unidos a Cisto, temos também seus dons agindo em nós, esses que provém da ação imediata do Espírito Santo. Esses dons (sabedoria, inteligência, conselho, fortaleza, ciência, piedade temor de Deus) aperfeiçoam nosso caráter, tornando nossas vidas dóceis para obedecer prontamente às inspirações divinas.
Permanecer em Cristo faz com que esses dons se desenvolvem em nós gerando os frutos do Espírito Santo. São doze os frutos do Espírito: “caridade, alegria, paz, paciência, longanimidade, bondade, benignidade, mansidão, fidelidade, modéstia, continência e castidade” (Gálatas 5, 22-23).
O propósito da nossa vida é dar esses frutos, vivendo de forma que esses frutos fiquem evidentes em nós e que depois eles, através das nossas vidas, sejam transmitidos às outras pessoas, tal como um fruto carrega as sementes que germinarão e darão frutos em outros lugares. Para tanto, é fundamental conhecer cada fruto para que entendendo, saibamos como agir transmitindo esses frutos. 


O fruto é uma obra interior que espelha o tão profunda foi nossa mudança. Para que o fruto seja maduro, antes de tudo devemos amadurecer nosso caráter. Deus quer produzir o caráter de Cristo em nossa vida, porque sabe que, quanto mais parecidos com ele nos tornamos, mais realizados seremos. É claro que para chegarmos ao ponto em que verdadeiramente estamos produzindo frutos, passamos pelas mais adversas situações. É por permitir que enfrentemos situações e conheçamos pessoas cheias exatamente das qualidades opostas aos frutos do Espírito, que nós vamos produzir frutos. Você só poderá produzir paciência ao lado de uma pessoa que te irrita muito, bem como, você precisa passar por situações que exigem bondade, para você agir com bondade. Para que primeiros estejamos maduros, assim como toda fruto, é necessário um tempo, e cada pessoa tem seu próprio ritmo, que é dirigido pelas circunstância e como as pessoas reagem às circunstâncias. Não podemos controlar todas as circunstâncias da vida, mas podemos controlar nossa reação diante delas, e é isso que vai amadurecendo nosso caráter. Entenda isso, como um processo diário de fotossíntese da alma. As plantas para gerarem oxigênio se alimentam da luz solar que depois convertem em oxigênio, nossa alma também precisa filtrar a luz de Cristo para produzir o nosso oxigênio, que são os frutos do Espírito, mas isso não ocorre instantaneamente, e por isso devemos perseverar mesmo quando não vemos resultado aparente algum. É necessário confiar em Cristo e continuar no mesmo ritmo buscando mais de Deus para produzir mais frutos conforme a vontade dele.



Oração para um casamento a prova de fogo.

Oração para um casamento a prova de fogo.


Santíssima Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo,
obrigado pelo profundo dom do sacramento do matrimônio.
Obrigado pelo magnífico presente que é o meu esposo(a),
a quem Tu, perfeita providência,
escolheste para mim desde toda a eternidade.
Permite que eu sempre o(a) trate como realeza,
com toda a honra, respeito e dignidade que merece.

Ajuda-me, meu Deus,
a ser desprendido(a) no meu casamento,
para dar tudo pelo meu esposo(a),
sem reservar nada para mim,
sem esperar nada em troca,
reconhecendo e agradecendo
tudo o que ele(a) faz por mim
e pela nossa família todos os dias.

Senhor, fortalece e protege nosso casamento.
Ajuda-nos a orar juntos todos os dias.
Permite-nos confiar em Ti do jeito que Tu mereces.
Que nosso casamento seja frutífero
e aberto à tua vontade
no privilégio da procriação e cuidado da vida.
Ajuda-nos a construir uma família forte,
segura, amorosa, cheia de fé,
uma Igreja doméstica.

Senhor Jesus, confiamos em Ti,
porque sempre estás conosco
e queres o melhor para nós,
dando-nos sempre o que é bom,
inclusive as cruzes que permites em nossas vidas.
Amém.

(Faça essa oração todos os dias no teu quarto, e quando tiver coragem comece a fazer essa oração diante do seu cônjuge)


Oração ao Divino Espírito Santo

DIVINO ESPÍRITO SANTO


Ó Espírito Santo,
Amor do Pai e do Filho!

Inspirai-me sempre aquilo que devo pensar, aquilo que devo dizer, como eu devo dizê-lo, aquilo que devo calar, aquilo que devo escrever, como eu devo agir, aquilo que devo fazer, para procurar a Vossa glória, o bem das almas e minha própria santificação.
Amém...
 

Culpa ou arrependimento?

Culpa ou Arrependimento?


O desafio de permanecer em Cristo, passa pelo caminho do arrependimento e da culpa. Quando nos deparamos com nossos pecados, muitas vezes sentimos culpa. A culpa é um processo de paralisação da vida que, ao invés de nos mover para consertar o que fizemos de errado, ela nos mantém no amargor daquilo que nós fizemos de errado. Esse sentimento, alimentado pelo nosso adversário (Satanás), nos afasta de Deus e da sua Igreja, e como Adão e Eva, depois de desobedecerem a Deus, tentamos fugir da presença Divina. Essa fuga pode ser nossa perdição eterna, pois desacreditados do céu, da santidade, do amor, da bondade e misericórdia infinita de Deus, cometemos uma grande blasfêmia. Colocamos um limite à misericórdia de Deus, esta que é ilimitada (infinita). Sem perceber, ofendemos o bom Deus duvidando de sua Misericórdia e sua obra redentora. Afastamo-nos de Deus e secamos como os ramos separados (João 15, 6).
A vontade de Deus Pai é que mesmo pecador - quando mais nos sentirmos indignos - precisamos nos esforçar para permanecer em Cristo. Não abandonar a oração, a Igreja, a missa, o trabalho e o serviço ao próximo. O ramo não pode nunca parar de produzir frutos, independente da situação. Durante sua jornada na terra como homem-Deus, Jesus se esforçou em pregar sua misericórdia infinita que era oposta aos sistemas que excluíam os pecadores. Por isso seu discurso: “Prefiro a misericórdia ao sacrifício. Em verdade, não vim chamar os justos, mas os pecadores” (Mateus 9, 13) é sempre tão atual, pois “onde o pecado abundou, superabundou a graça; para que, assim como o pecado reinou na morte, também a graça reinasse pela justiça para a vida eterna, por Jesus Cristo nosso Senhor (Rm 5, 20-21). 


O Padre Fabio de Melo nos ensina grandiosamente que “Uma coisa é a gente se arrepender do que fez, outra coisa é a gente se sentir culpado. Culpas nos paralisam, arrependimentos não, eles nos lançam pra frente e nos ajudam a corrigir os erros cometidos”. Somos falíveis. Os erros nascem de nossa condição humana, e nos lembram o tempo todo da nossa humanidade, da nossa tentativa falha de sermos como Deus, por isso Jesus Cristo se fez carne e habitou entre nós, para provar que só um Deus-humano é capaz de viver uma vida sem pecados, e que esse mesmo homem-Deus perdoa nossas fraquezas, como fez com a mulher adúltera: “Onde estão os que te acusam? Ninguém te condenou? Pois nem eu te condeno. Vai e de agora em diante não tornes a pecar”. (João 8, 10-11) O perdão de Jesus é um convite a conversão, a se levantar na batalha e nos mover para fazermos alguma coisa com relação ao que fizemos de errado. É uma janela aberta que nos mostra que podemos viver de uma forma diferente, com a sincera vontade de modificar nossos atos.




Ano-no novas atitudes!

Ano-novo novas atitudes!


O fim do ano chegou, e muita gente traz na mala muitos sonhos para o ano-novo que se aproxima. Trocar de carro, casa, uma viagem, um emprego melhor, iniciar ou terminar os estudos. Todas esses anseios pessoais podem se realizar no próximo ano, tudo está ao seu alcance, no entanto, tem gente ainda que culpa o destino pelo próprio fracasso do ano que se encerrou. Para evitar que o passado se repita elas apelam a todo tipo de superstição: a cor da roupa, o que comem e não comem, pular ondas, banho de mar...  Todas essas tradições e superstições são apenas exteriorizações de um profundo desejo de que tudo seja novo, ainda que através de um “passe de mágica”. Só que tudo isso não corresponde à realidade. Nosso sucesso está ligado a no
ssa capacidade de nos mantermos determinados, focados, como um a luz que concentrada se torna um poderoso raio-laser capaz de cortar o aço. Precisamos catalisar nossas atitudes para que elas sejam transformadoras. O sucesso do próximo ano depende exclusivamente de como você vai reagir às novas situações que surgirão no decorrer do ano, a sua capacidade de persistir os seus sonhos demonstrados em todo tipo de símbolos na virada do ano. A sorte está ao lado de quem a persegue. Ninguém ganha na loteria se ter jogado! Enquanto você permanece uma pessoa amargurada, jamais irá conquistar um “grande amor”. Certamente você encontrará a pessoa culpada pelo seu fracasso na foto do teu RG. Abra a carteira e confira!
O réveillon certamente é o momento da semeadura. A Bíblia nos ensina que “Semeou Isaac naquela terra e, no mesmo ano, recolheu cento por um, porque o Senhor o abençoava” (Gênesis 26,12). Você deve estar pensando: mas o Senhor o abençoou! Sim, claro! Mas Deus só abençoou Isaac porque ele semeou. O que você vai semear é o que você vai colher. Para viver um ano-novo melhor, é preciso desprender-se do que passou, não ser preso ao seu passado, nem de derrota nem de vitória, não viver uma vida com uma visão saudosista do que ficou para trás. Olhar para frente e contemplar novos ideais, novos projetos e novos sonhos é o que faz o agricultor experiente, principalmente diante de um ano anterior de intempéries, de secas que tenham destruído a sua esperada colheita.
Existem coisas que Deus não faz, pois a responsabilidade é nossa, e nós é que devemos fazê-las. Não basta plantar a semente é preciso cuidar dela até que dê seu fruto. Não adianta começar a dieta, parar um vício, abrir o seu próprio negócio. Você só vai colher o fruto depois de muito suor. Paz! Saúde! Amor! Também depende de nossas atitudes.



“Aquele que semeia pouco, pouco também ceifará, e o que semeia com fartura, com abundância também ceifará” (2 Coríntios 9-6)

Se você realmente quer um ano-novo diferente de todos os outros, eu lhe convido a fazer essa declaração de fé em forma de uma sincera oração:

“Eu sou uma pessoa de unção. Eu sou quem deus diz que eu sou. Eu não sou quem pensam que eu sou, nem o que dizem que eu sou, ou o que acham eu que sou. Eu sou o que Deus diz que eu sou. Sou seu filho amado, criado em Jesus  Cristo, para as boas obras, eleito, remido, santificado, justificado, próspero e abençoado. Se uma porta se fechar, não vou ficar reclamando ou murmurando; vou reagir! Se uma porta fechou, é porque Deus vai abrir outra. A unção está comigo. A unção não está na minha loja, não está no meu trabalho, não está no que tenho. A unção está comigo, porque Deus habita em mim, e eu sou templo do Espírito Santo. Amém!

Espero que esse texto lhe ajude a abrir seus olhos para que seu ano-novo seja cheio da Graça de Deus. Meus sinceros desejos de felicidades!

Clóvis M. Fajardo

28/12/2016

Capítulo 3 - A Semente

Capítulo 3 - A Semente

Ao contrário da maioria das plantas e árvores, a videira dificilmente é plantada através da semente, já que a enxertia é talvez a maneira mais segura e mais fácil de crescer uma videira. Apesar disso, é importante estudarmos a figura da semente, tão importante para o desenvolvimento da nossa fé. A semente se relaciona diretamente com o ato de semear. A semeadura é um processo cansativo, pois envolve muito esforço, investimento, trabalho ardo na terra e nenhum resultado aparente e imediato. O primeiro passo para uma grande colheita é uma terra trabalhada, arada e a semente plantada. O Pai que é o nosso Lavrador, já fez isso, Ele preparou nosso coração e lançou a semente como na Parábola do Semeador:
Mateus 13, 3-9
E falou-lhe de muitas coisas por parábolas, dizendo: Eis que o semeador saiu a semear. E, quando semeava, uma parte da semente caiu ao pé do caminho, e vieram as aves, e comeram-na. E outra parte caiu em pedregais, onde não havia terra bastante, e logo nasceu, porque não tinha terra funda. Mas, vindo o sol, queimou-se, e secou-se, porque não tinha raiz. E outra caiu entre espinhos, e os espinhos cresceram e sufocaram-na. E outra caiu em boa terra, e deu fruto: um a cem, outro a sessenta e outro a trinta. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.
O próprio Jesus explicou aos discípulos o significado profundo dessa parábola:
Mateus 13, 18-23
Escutai vós, pois, a parábola do semeador. Ouvindo alguém a palavra do reino, e não a entendendo, vem o maligno, e arrebata o que foi semeado no seu coração; este é o que foi semeado ao pé do caminho. O que foi semeado em pedregais é o que ouve a palavra, e logo a recebe com alegria. Mas não tem raiz em si mesmo, antes é de pouca duração; e, chegada a angústia e a perseguição, por causa da palavra, logo se ofende; E o que foi semeado entre espinhos é o que ouve a palavra, mas os cuidados deste mundo, e a sedução das riquezas sufocam a palavra, e fica infrutífera; Mas, o que foi semeado em boa terra é o que ouve e compreende a palavra; e dá fruto, e um produz cem, outro sessenta, e outro trinta.
Nesta parábola, Jesus cita dois pontos importantes para nós: a “semente” e o “terreno”. Como já vimos, o terreno é o nosso coração, já preparado por Deus para receber a semente que é  palavra de Deus. Assim, como Jesus explicou, a Palavra de Deus antes de tudo é vida. Pela Sua palavra o mundo com tudo o que há foi formado (Gn 1,3 – Deus disse...) Assim como a semente esconde a vida debaixo de uma casca, a palavra de Deus também guarda a vida. Nessa parábola percebemos que as sementes germinaram, ainda que em pedregulho ou espinhos. A semente germinou, pois a Palavra de Deus tem que germinar em nossa vida. Deus escolheu as melhores sementes, as reservou e decidiu o momento certo para plantar. Não importa quanto tempo você levou para ouvir a palavra de Deus, nunca é tarde para que ela comece a germinar, mas é preciso antes de tudo romper com a casca da incredulidade e crer, pois “quem ouve minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna(...)”, disse Jesus (João 5, 24). Esse romper com a incredulidade é o mesmo que acontece com a semente quando germina; o que há dentro dela racha a casca e nasce um ser novo, diferente do anterior, pois “fomos regenerados não de uma semente corruptível, mas pela Palavra de Deus, semente incorruptível, viva e eterna” (1 Pedro 12, 23).
                Quando a Palavra de Deus rompe a casca da incredulidade e começa a germinar em nosso coração, os nossos desejos já não são mais os mesmos, um desejo novo e profundo começa a se espalhar. Os desejos da carne “fornicação, impureza, libertinagem, idolatria, superstição, inimizades, brigas, ciúmes, ódio, ambição, discórdias, divisões, invejas, bebedeiras, orgias e outras coisas semelhantes” (Gálatas 5, 19-21) começam a ser substituídos por aquilo que se tornará o fruto do Espírito Santo “caridade, alegria, paz, paciência, afabilidade, bondade, fidelidade, brandura, temperança” (Gálatas 5, 22), pois a Palavra de Deus produzirá o fruto que lhe é próprio, isto é o fruto do Espírito Santo.
                Para que a semente continue crescendo e se torne uma grande árvore (Mateus 13, 32) alcançando o mais elevado desenvolvimento é necessário renunciar a tudo o que afasta nosso coração de Deus, isto é, as pedras da parábola (Mateus 13, 20-22). A medida que a semente cresce e germina, vamos substituindo o velho homem pelo novo homem (Colossenses 3, 10). Muita gente tem dificuldade em entender o que é o velho homem, e o que é o novo homem. O velho homem é como a figueira que só sabe produzir figo. Tudo o que o velho homem quer é mau aos olhos de Deus (Gêneses 8, 21). “Não há nenhum justo, não há sequer um só que tenha inteligência, um só que busque a Deus” (Romanos 3, 10-11). O ser humano sem Deus é extremamente mau, e vive totalmente em trevas, pois não há nada bom no ser humano que não tenha vindo de Deus, pois “todos pecaram, e todos estão privados da glória de Deus” (Romanos 3, 28).
                O fato de sermos pecadores não significa apenas que pecamos constantemente, mas que não fazemos nada além de pecar. Até que a Palavra de Deus germine em nós, temos um coração de pedra, um coração “odiador” de Deus e das coisas de Deus, um coração maligno, nascido no pecado e dado ao pecado. Enquanto a semente da videira não cresce em nós, somos apenas uma figueira e tudo o que fazemos não pode agradar a Deus, pois Ele nos quer produzindo uvas. A partir do momento em que a semente da Palavra germina em nós, é o próprio Cristo,  Verbo Vivo que desceu do céu (João 1, 14), o Germe Santo (Isaías 6,13) (em algumas traduções está como Semente Santa) que está germinando em nós e o Espírito Santo desperta em nós a consciência para o pecado. Ele nos convence do pecado, da justiça e do juízo de Deus (João 16,8). Inicia-se, portanto, uma batalha interior, onde o meu ser quer produzir uvas, mas tudo o que eu sei é produzir figos, pois “não faço o bem que eu quero, mas o mau que eu não quero. Se faço o que não quero, então não sou eu que quem age, mas o pecado que habita em mim” (Romanos   7, 19-20). Este é um momento muito crítico, pois até que a semente se estabeleça na terra e crie raízes, ela disputará espaço com o velho homem pecador, e mesmo depois com raízes grandes e fortes, enquanto não houver uma mudança uma total transformação , estaremos lutando constantemente contra a velha natureza (Efésios 2,3). A luta deve-se muito por conta de que Cristo “nos escolheu nele antes da criação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis, diante de seus olhos” (Efésios 1,4), essa é a Graça de Deus que tem poder de nos justificar, isto é purificar-nos de nossos pecados e comunicar-nos a justiça de Deus feita em Jesus Cristo e pelo batismo.
                Pelo poder do Espírito Santo participamos da paixão de Cristo, morrendo para o pecado e da ressurreição, nascendo para uma vida nova; somos membros de seu corpo, que é a Igreja, os sarmentos enxertados na Videira que é Ele mesmo. Somos justificados por Cristo, pois a Semente da Palavra fecundou em nosso coração e a nossa natureza foi alterada, não por nossos merecimentos, mas pela Graça de Deus que nos faz participar da sua vida divina por meio da Videira que é Seu Filho Jesus Cristo. Não há méritos humanos, pois tudo o que é necessário para que a semente fecunde, também vem de Deus, “tal como a chuva e a neve caem do céu e para lá não voltem sem ter regado a terra, sem ter fecundado, e feito germinar as plantas” (Is 5,10).
                A chuva e a neve são fenômenos da natureza e por isso não dependem da vontade humana. Ambos são dons de Deus, porque só Dele dependem. Depois que nosso coração acolhe a Palavra de Deus, o próprio Filho, o Espírito Santo começa a agir transformando tudo ao redor. Ele é a providência Divina que vem ao encontro das nossas fraquezas para alimentar a nossa alma com tudo o que é necessário ao nosso crescimento espiritual. A Palavra de Deus é eficaz, pois vem para “irrigar” e “fecundar” a terra, fazê-la “germinar” e “alimentar” (Isaias  55,10). A Palavra de Deus não é algo decorativo ou para distrair os ouvidos humanos, como a música. A gratuidade da Palavra tem uma finalidade concreta, uma missão específica e não está desconexa de seu comportamento: vem para transformar, causar impacto positivo no coração das pessoas e transformar vidas. A comparação com a ação da água na terra seca é muito profunda. De fato, sem a água na terra, toda semente seca. Essa “água” que possibilita mudança é o Espírito Santo. Observamos neste texto, o contexto agrícola dos interlocutores do profeta; é por isso que ele fala da terra, da chuva, da neve e usa os verbos irrigar, fecundar, germinar e alimentar. Sem essa sequência de verbos, não há agricultura.
                Assim como há uma série de elementos importantes que possibilitam o desenvolvimento da lavoura em vista da produção abundante, da mesma forma acontece com o nosso coração. Muita gente já teve uma experiência com Jesus, acolheram a Palavra no coração, mas o Inimigo arrancou a Palavra do Coração, através de problemas maus resolvidos. Há pessoas que passaram por uma grande dificuldade, um problema que parecia irresolvível, buscaram a Deus, clamaram, mas Deus não agiu no tempo das pessoas, ou não era da vontade de Deus ter aquele problema resolvido da maneira que a pessoa desejava. O inimigo astuto vem e rouba a Palavra do coração da pessoa, levando aquela pessoa para outras religiões, outras crenças distintas, onde não há Salvação, pois a palavra de Deus não fecundará em seu coração, a pessoa não aceita a Graça Redentora de Cristo Jesus. Outras pessoas recebem com alegria a Palavra de Deus, começam a ir à Igreja, aprofundam-se na oração, numa vida de santidade, mas o coração está cheio de mágoas, dúvidas, e muitas coisas que impedem a Palavra de criar raízes e por isso abandonam a fé, virando as costas para a Salvação que só existe em Cristo Jesus. Um terceiro grupo de pessoas recebeu a presença de Jesus em seus corações, viu o desabrochar da fé, o crescimento forte das raízes fixando-se em Cristo. Houve uma mudança na vida da pessoa, ela abandonou velhos hábitos, mas há uma casca dura que precisa ser rompida, deixando o velho homem para trás. Como esse processo é doloroso, essas pessoas se cansam e desistem de lutar. Elas pensam que poderão continuar  compartilhando o velho homem com o novo homem, que ainda está despertando, vivendo como outrora “seguindo o modo de viver deste mundo” (Efésiso 2,2). Sem saber, essas  pessoas agem como adúlteros, pois “o amor ao mundo é abominado por Deus” e “todo aquele que quer ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus” (Tiago 4,4). Por tanto, não há outra forma de crescer se não permitindo, através de um ato de confiança, que Deus germine sua palavra em nosso coração.    
                Confiar em Deus é larga-se em suas mãos. É depender totalmente dele, como um bebê que para se alimentar, se proteger do frio ou do calor, para dormir, trocar as fraldas, dar os primeiros passos, enfim, em todos os momentos os pais - principalmente a figura materna - está presente. Deus é nosso Pai, ele nos vê como eternos bebês, que dependem Dele, mas que lutam contra isso, querendo fazer as coisas a própria maneira. Deus sente prazer em nos ajudar, pois Ele nos conhece melhor do que nós mesmos nos conhecemos. Muitas vezes queremos fazer as coisas do nosso jeito, ou achamos que é pouca coisa para pedir a Deus, que podemos resolver sozinhos nossos problemas. A verdade, é que Deus se importa até com as menores das nossas ações, e aguarda a nossa oração. O nosso crescimento espiritual depende totalmente da estarmos incessantemente em oração, buscando colocar Deus em todas as nossas decisões.  É através de uma vida devocional, que demonstramos total dependência em Deus, quando por meio de nossas orações deixamos de lado o medo e o egoísmo, para experimentarmos a graça santificadora de Deus. A oração e a comunhão com o Espírito Santo ajudam a semente do Homem-Novo crescer mais forte, sendo capaz de romper não somente com a casca da incredulidade, mas com a terra que cobre a semente e não permitem visualizar o surgimento da planta que já foi germinada.
                Esse é o desejo de todo Lavrador, que a semente germine, e para isso Deus não negará esforços, pois para Ele nada é impossível, nada é penoso. A iniciativa divina precede, prepara e suscita a livre resposta do homem que se dá, somente, pela acolhida da Palavra de Deus.

PERMANECENDO na VIDEIRA
UM VERSÍCULO PARA MEMORIAR: Vós estais limpos por meio da palavra que tenho vos  anunciado. (João 15,3)
REFLEXÃO: Eu tenho ouvido a Palavra de Deus? Tenho lido a Bíblia e buscado mais conhecimento? Eu confio verdadeiramente em Deus? Eu dependo somente da sua graça, ou tento fazer tudo do meu jeito?
ORAÇÃO: Senhor Jesus Cristo, sei que a tua palavra é vida e alimento da minha alma. Desperta em meu coração, através da ação do teu Espírito Santo, o desejo de buscar cada vez mais a tua palavra, através da leitura da Bíblia. Ajuda-me a romper com a casca da incredulidade que me impede de aceitar as verdades Bíblicas. Sela os meu ouvidos para que estejam atentos apenas a tua voz, e não as mentiras de Satanás espalhadas no mundo através da televisão, ciência e falsas religiões que tentam negar a verdade de quem tu és: O meu único Senhor e Salvador. Arranca do meu coração todo o mal, tudo o pertencia o velho homem, pois em ti quero ser uma nova pessoa. Amém.
                EXERCÍCIO ESPIRITUAL: A terceira etapa no nosso desenvolvimento espiritual, é a busca pela dependência contínua de Deus. Esse ato não e natural humano, por isso deve ser praticado com esforço. Continuamente você deve se perguntar o que Deus quer de você, e uma vez que tenha conhecido a vontade de Deus, aceite-a e disponha-se a cumprir o que o Pai deseja. Essa etapa, mais que um momento de oração e reflexão, é uma etapa ativa, que depende do seu compromisso de vida que vai nos alinhar com a nossa missão mais adiante que é produzir frutos. Porém, ter consciência da necessidade de viver  a vontade de Deus não é fruto do mero esforço humano, mas é parte da obra de Deus agindo dentro de você. É o Pai que toma a iniciativa e nos chama, nos guiando para assumirmos a nossa missão.


Capítulo 2 - Terreno

Capítulo 2 – terreno

Plantar uvas é um projeto complexo e, por vezes, consome muito tempo e disposição por ter várias etapas envolvidas. Entre as principais está a preparação do terreno. Com o terreno escolhido, há que limpá-lo (de raízes indesejáveis, infestantes e outros elementos grosseiros). É necessário todo um preparo para depois iniciar a plantação.
                A terra que recebe a videira é o nosso coração (Lucas 8, 11-15). Para recebermos a palavra de Deus em nosso coração é preciso estar com o coração preparado, como a terra que recebe a semente. Assim como a criação do mundo, quando o pecado entrou no mundo acarretou para a terra uma verdadeira maldição que fez a terra produzir “abrolhos e espinhos” (Gêneses 3, 17), esse é o nosso coração hoje, cheio de pecados. É impossível que alguma coisa boa frutifique num terreno tão impróprio. 
                Quando um terreno não é muito bom para receber a semente, a primeira coisa a se fazer é revolvê-la com o arado, o mais fundo o possível, trazendo a terra do fundo para cima e deixando-a respirar. No fundo do nosso coração existem pecados enraizados, mágoas e decepções que precisam ser removidas por nós. Certos sentimentos sufocam a Palavra de Deus em nós, pois sempre estamos nos voltando para elas. Como Jesus declarou, “a boca fala sobre aquilo que o coração está cheio” (Mateus 12, 34). As pessoas vão reconhecer se você está cheio de abrolhos, espinhos e joio através do que você fala, de como você trata as pessoas, os principais assuntos de que você gosta de comentar e como você os comenta.
É fácil reconhecer alguém que vive na futilidade da vida, e aqueles que vivem em santidade. É fácil reconhecer um jovem apaixonado, uma esposa apaixonada, um fã de um artista, um torcedor fanático. Tudo o que eles falam expressam suas paixões. Da mesma forma as pessoas melancólicas que culpam a si mesmo por sabotarem o próprio sucesso. Há outros que permitiram que o rancor e a raiva criassem raízes tão profundas em seus corações que passam o tempo todo culpando os outros pelo próprio fracasso.
Quando um produtor adquire um terreno novo ele pode se deparar com todo tipo de pragas que nasceram naquela terra antes dele iniciar seu trabalho de novo plantio. Da mesma forma, quando Deus Pai que é o Lavrador da nossa vida, começa a boa-obra em nós, Ele vai encontrar em nossos corações todo tipo de más sementes plantadas pelo inimigo (Lc 8, 11-15). Ao iniciar a boa-obra em nós, Deus Pai vai limpar nosso coração, mas aquela terra que já está acostumada com aqueles pecados enraizados vai lutar para mantê-los vivos. O mato, por exemplo, pode ser tirado do terreno várias vezes e mesmo assim, sempre volta a aparecer. É necessário permitir que Deus, o verdadeiro Lavrador, trabalhe em nosso coração arrancando tudo o que nos impede de frutificar, pois “aquele que começou a boa-obra é fiel para cumprir” (Filipenses 1,6)
O processo de purificação da terra é muito doloroso, são mudanças bruscas ocorrendo em nosso coração, preparando-nos para um aperfeiçoamento do caráter. A grande dificuldade do homem em encontrar a felicidade está justamente no controle do coração. O homem, como criação de Deus, foi designado para cuidar da terra (Gn 2, 15) que representa o próprio coração, mas cuidar da terra não como sua propriedade, e sim como administrador, pois a terra com tudo o que há pertence ao Criador (Sl 24,1). Quando compreendemos essa verdade, nos entregamos a Ele e nossa vida passa a ter um novo sentido.
Como sinal da nossa entrega voluntária, Deus exige o nosso amor: “amarás o Senhor, teu Deus de todo o coração, com toda a tua alma e com todas as tuas forças” (Deuteronômio 6,5). O nosso coração deve ser confiado a Deus; nada a não ser Deus nos satisfaz, todo o resto é falso. Todo o prazer desta vida não se compara a satisfação que a presença de Deus pode nos dar. Todo o vazio que existe dentro de você só pode ser preenchido por Deus.
A segunda lição que aprendemos com a videira é que para plantar algo, antes é necessário preparar o terreno. Assim como o agricultor percorre o seu terreno para saber onde está bom ou ruim para plantar, Deus sonda os corações (Jeremias 17,10) a fim de recompensar cada um segundo o seu comportamento e os frutos de suas ações. Ele conhece cada pensamento (Salmo 139, 2) e sabe de nossas íntimas intenções (salmo 139,23), pois Ele formou o coração de cada um, e está atento a cada uma de nossas ações (salmo 33,15).


PERMANECENDO na VIDEIRA
UM VERSÍCULO PARA MEMORIAR: Ele cortará todo o ramo que não der fruto em mim, e podará todo o que der fruto, para que produza mais. (João 15,2)
REFLEXÃO: O que eu tenho trazido em meu coração? Quais sentimentos, mágoas, decepções eu tenho guardado dentro de mim e preciso me livrar?
ORAÇÃO: Senhor, tu me examinas e me conhece, sabe o que se passa no meu coração. Vem purifica-lo através da ação do teu Espírito Santo. Arranca todas as raízes plantadas pelo Inimigo. Tira de mim todo o rancor, toda mágoa, todo medo, insegurança, todo trauma do passado. Purifica minha vida livrando-me de tudo o que me afasta de ti e me impede de confiar, de criar raízes saudáveis em ti.  Tira também toda preguiça, todo comodismo, toda a falta de temor pelo teu santo nome. Quero a partir de hoje te buscar com mais intensidade, sabendo que tudo ocorre para o bem daqueles que o amam verdadeiramente. Por isso, peço um coração renovado, pois sei que em ti posso confiar e ter meu coração mudado. Amém.

                EXERCÍCIO ESPIRITUAL: Depois de ter criado sua rotina espiritual, é preciso examiná-la. Olhando para suas orações você perceberá que tipo de relacionamento você está tendo com Deus. É uma relação só de interesses? Você está pedindo coisas só para sua satisfação pessoal, ou você está procurando seu crescimento espiritual? Avalie seus pedidos, reveja o que você pode deixar de pedir e o que você deve começar a pedir. Deus quer nos dar um coração novo. Inclua isso nos seus pedidos. Dê mais valor a SER do que ter. Peça a Jesus um coração igual ao dele. Afinal, você está sendo preparado para fazer parte da verdadeira videira, por tanto, precisa ter um coração em sintonia com o dele.  

Capítulo 1 - Água

Capítulo 1 – Água
“Eu batizo com água (...)” João 1, 26

Todos nós sabemos que uma planta para crescer e viver precisa de água. O nosso planeta na verdade deveria se chamar Planeta Água devido à imensidão das águas em relação à massa terrestre que forma os continentes. A água é elemento central para toda vida e é inseparável do Espírito, pois desde o princípio o “Espírito de Deus pairava sobre as águas” (GN 1,2)
                A água sempre esteve relacionada à vida humana e à história do povo de Deus. Para alcançar a Terra Prometida longe da escravidão do Egito, os Israelitas precisaram atravessar o Mar vermelho. Hoje, para alcançarmos o Reino dos Céus, é preciso deixar outrora a escravidão do pecado e por meio da água do Batismo, entrar no estado de graça e de perdão de Deus, porta de entrada do Reino dos Céus.
Portadora de tantos significados na Bíblia, a água tem como suma importância ser representadora do Espírito de Deus, tanto no Antigo Testamento quanto no Novo Testamento. O profeta Isaías já falava da benção de Israel e da transformação da vida do fiel através da água, do espírito sobre a estirpe (Is 44,3) e do espírito que fará o povo crescer como “erva perto d’água, como álamos junto à torrente” (Is 44,4). Assim, já não e a água, mas o Espírito, representado pela água que dá vida.
Entre os recursos necessários ao crescimento da videira, a água é um dos mais abundantes e ao mesmo tempo, o mais limitante para a produção agrícola. A ocorrência de deficiência no processo de irrigação moderada poderá resultar em redução do crescimento e da produção, enquanto que, um déficit prolongado, poderá acarretar a perda total da produção. Por tanto, assim como a vinha precisa de água, nós também somos chamados por Cristo a bebermos da “água viva” (Jo 4, 10), pois Ele mesmo afirma que “quem bebe da água que Eu lhe der nunca mais terá sede: porque a água que eu lhe der, nele se tornará em fonte de água corrente, para a vida eterna” (Jo 4,14)
Esta mesma água que purifica e dá vida, foi jorrada na cruz diretamente da chaga do peito de Jesus Cristo (Jo 19,34). O cristão que deseja crescer em Cristo precisa beber da água viva participando da morte de Cristo e sua ressurreição, através do batismo. O batismo que outrora João pregava era o batismo na água “para a remissão dos pecados” (Mt 3,11). Jesus inaugura o batismo pelo Espírito que efetua a purificação dos nossos pecados (1 Cor 6,11) e nos alimenta para o crescimento espiritual. Não se trata de limpeza da sujeira corporal, mas de compromisso solene de uma consciência diante de Deus. Por meio do batismo entramos em comunhão com Cristo e dele retiramos o alimento que mantém a nossa fé sempre verde, pois somos como que plantados a beira do rio (Sl 1,3) cujas folhas não secam. Essa figura tão importante da árvore plantada ao lado do rio nos mostra o quão felizes são os batizados:
“são como árvores plantadas às margens de um rio, cujas raízes alcançam águas profundas. Tais árvores não são afetadas pelo calor nem se preocupam com longos meses de seca. Suas folhas permanecem verdes e produzem fruto delicioso.” (Jr 17,8)

Após a sua ressurreição, Jesus apareceu aos discípulos e os enviou ao mundo para fazer “todos os povos discípulos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28,19). Ao sermos batizados já não somos um galho separado, mas passamos a nos unir à videira de Quem, e em Quem recebemos a água tão necessária para a frutificação. Este permanecer não é uma tarefa fácil, mas exige uma vida dedicada à oração e santidade. Quanto mais oramos, mais bebemos do Espírito Santo, e somos alimentados para nosso próprio crescimento. 
Muitas vezes estamos morrendo por dentro, secos, desesperados. Nosso coração está seco, como a terra ressequida esperando pela água, isto é o Espírito Santo. Mas o que impede o derramar do Espírito Santo sobre nós? O nosso convite, o nosso querer consciente. O Espírito Santo é Vivo e anseia por nós. Ele está pairando sobre nós, esperando o nosso convite para que Ele se derrame sobre nossa vida. A oração é o convite. Foi justamente quando estavam em oração (At 1,14) que os apóstolos viram se cumprir a promessa da efusão do Espírito Santo no dia de Pentecoste (At 2, 1-4). Porém, ao contrário dos discípulos, nós não dedicamos nosso tempo à oração, mas desperdiçamos nosso tempo com “nós mesmos”, tentando saciar a nossa sede com toda sujeira do mundo.
A gente sabe que num dia de calor um refrigerante bem gelado refresca, mas o mesmo refrigerante não mata a sede, pelo contrário, alguns até aumentam a sede. Muitos cristãos estão vivendo a base de refrigerante alimentando sua alma com o puro lixo do mundo, seja músicas, TV, na Internet, novelas, Big Brother ou redes sociais.  Essas pessoas fingem matar sua sede, no entanto, no fundo estão se matando por dentro, pois assim como o refrigerante alivia a sede temporariamente, em excesso, ele prejudica todo o aparelho digestivo, entre outros problemas de saúde. O mundo oferece todo tipo de diversão que pode ocupar o lugar do Espírito Santo em nossa vida. Por isso, a oração é o único remédio e a fonte direta para nos alimentarmos no Espírito Santo. Não podemos negligenciar isso. Desprezarmos a oração é como jogarmos fora um copo de água no deserto. É colocarmos nossa vida (Vida Eterna) em risco. Há plantas como os cactos que se adaptaram a viver sem água por longos períodos no deserto, mas Jesus não nos chamou para sermos cactos, e sim ramos da videira, para sermos dependentes da água. Enquanto caminhou entre nós, o Nosso Senhor Jesus Cristo desejou ardentemente nos dar o Espírito Santo, pois sabia que nosso coração já estava como a terra seca que anseia apor água.
Como se vê, a primeira lição que a videira nos dá, é que somos totalmente dependentes do Seu Espírito. Quanto mais uma planta produz fruto, mais ela necessita de água, da mesma forma, quanto mais desejamos fazer a vontade de Deus, maior deve ser nossa intimidade com o Espírito Santo, intimidade que só é alcançada através de relacionamento e tempo. No mundo atual, algumas concepções estão equivocadas, e o que a gente vê por aí, são casais que com pouco tempo de relacionamento, digo pouco até mesmo horas, se colocam nus diante um do outro, com tanta facilidade, expondo assim sua intimidade a alguém ainda desconhecido. O Espírito Santo, no entanto, anseia por uma intimidade que só pode ser alcançada por uma mudança profunda no nosso pensar, uma renovação (Rm 12,12) em que nossos desejos já não são mais egoístas, porém, passamos a desejar em todas as circunstâncias  aquilo que Ele deseja “pois os que vivem segundo o espírito, apreciam as coisas que são do espírito” (Rm 8,5). Queremos agradá-lo em cada instante, e mesmo que isso seja contrário aos impulsos naturais da carne (Rm 8, 5-9). É um desejo apaixonado por estar em comunhão com o Espírito Santo, e quanto mais unidos estamos, mais Ele nos transforma. O batismo se torna fundamental nesse processo de intimidade, pois ele é o primeiro encontro com o Espírito Santo, no qual ele nos desnuda, não para expor nossa intimidade, mas nos despir de nossas vestes sujas, revestindo-nos com uma veste nova e alvejada (Ap 7,9; 7, 13-14).



PERMANECENDO na VIDEIRA
UM VERSÍCULO PARA MEMORIAR: Eu sou a verdadeira videira, e o meu Pai é o lavrador. (João 15,1)
REFLEXÃO: Eu tenho buscado mais o Espírito Santo na minha vida ou tenho buscado mais as coisas do mundo? O que eu posso fazer para buscar mais o Espírito Santo?
ORAÇÃO: Espírito Santo de Deus. Eu reconheço que sou dependente de ti. Que muitas vezes te abandonei, te desprezei, procurando me satisfazer com as coisas do mundo. Mas hoje eu confesso meus pecados, assumo minhas faltas e me coloco nas tuas mãos. Vem preencher o vazio do meu coração. Mata a minha sede de vida. Eu quero me comprometer, a partir de agora, à Te buscar intensamente, até ter um relacionamento de intimidade, pois só por meio de ti sei que posso ter comunhão com Jesus Cristo, meu único Senhor e Salvador. Amém.
EXERCÍCIO ESPIRITUAL: Uma forma de ganhar mais intimidade com Deus é criando uma ROTINA de ORAÇÃO. Reserve um tempo do seu dia para Deus, comece com 10 ou 15 minutos. Faça isso num horário específico, em que você não esteja tão cansado. Inclua nesse horário a leitura da Bíblia, pode ser apenas alguns versículos, mas vá aumentando conforme o tempo passa. Se você deixar de fazer isso um dia, não tem problema, retorne no dia seguinte. É como praticar esportes, se você ficar parado vai dando mais preguiça, não se deixe abater por isso. Lembre-se a intimidade é construída com o tempo.